quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Projeto do CREIA entregue ao Governador


Com o propósito de apresentar o Projeto do CREIA – Centro de Referência em Educação Inclusiva Ambiental, que tem por objetivos iniciais:
“Objetivo Geral: trabalhar as potencialidades, desvelando possibilidades para viabilizar a inclusão. Focando inicialmente o deficiente visual.

Objetivos específicos:
- Estimulação sensorial e do resíduo visual;
- Trabalhar as Atividades de Vida Diária (AVD);
- Psicomotricidade;
- Explorar as técnicas de orientação e mobilidade;
- Ensino do Sistema Braille;
- Uso da reglete e máquina Perkins;
- Operação do Sorobã;
- Introdução a informática;
- Oficina de trabalhos manuais, música e teatro;
- Divulgação dos direitos e deveres, gerais e específicos ao deficiente visual;
- Troca de experiências;
- Campanhas de conscientização sobre a deficiência visual e prevenção dos males da visão.
- Implantar biblioteca acessível ao público alvo (livros e revistas em Braille, audiolivros);
- Criar um espaço de estudos para profissionais interessados na demanda (com bibliografia pertinente a deficiência visual e outras);”

participamos da reunião da AMVI – Associação dos Municípios do Vale do Itapecerica, e entregamos nas mãos do governador de Minas Gerais na época, Aécio Neves, que posteriormente nos respondeu que o CREIA tratava-se de um projeto de grande abrangência e, para que pudesse ter continuidade com apoio do Estado, encaminharia o referido Projeto à Secretaria de Assistência Social.
Na foto vemos, da esquerda para a direita:
Hélcia Veriato, Presidente da ONG Lixo e Cidadania de Divinópolis;
José Ricardo Machado, Coordenador do CREIA;
Rosimeire Machado, Professora do CREIA.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Programa Questões: Softwares Assistivos para Educação Inclusiva


Disponibilizamos o link para que possam assistir ao Programa Questões, com o tema Softwares Assistivos para Educação Inclusiva.

Pedimos desculpas pelo equívoco na divulgação do ano de criação do DOSVOX, estava em convalescência de uma angeoplastia no dia da entrevista, na verdade ao citarmos o ano de 1985, confundimos com o ano de criação da primeira rede pública de transmissão de dados brasileira, chamava-se Rede Renpac. O projeto DOSVOX teve início a partir de 1993, como podemos conferir através do breve histórico do DOSVOX no link abaixo:

http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/historico.htm

Neste link você poderá assistir ao Programa completo:


Atenciosamente,

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Poetisa Simone Xavier


AUTOBIOGRAFIA

Eu, Maria Simone Araújo Xavier nasci em Divinópolis no dia 09/04/1977. Casei-me com Reginaldo Sebastião Xavier. Fiz meus estudos na Escola Municipal Otávio Olímpio de Oliveira e na Escola Estadual Manoel Correia Filho, em Divinópolis.
Espelho da Alma é minha primeira obra. Retrata, como o título pretende enfatizar, minha experiência de vida e como venci tudo para chegar ao Amor. Alguns de meus poemas refletem a dificuldade dos seres humanos como amar, sofrer, perder e dar sentido a própria vida. Outros poemas são homenagem à minha Mãe Margarida. Há cinco anos pretendo lançar meu livro. Agora consegui graças à ajuda de amigos. Graças a Deus, que, em todos os momentos de minha vida, segurou em minhas mãos e me guiou na luz de seu amor.

Simone – 99429183 (obra da vida entre 1998 e 2008)
 
Ainda a conversa com o leitor ou leitora!

Nosso leitor e amiga leitora, é bom ver Maria Simone declamando na Noite da Poesia e em outros lugares! Agora ela está nesta sensível obra, fruto de seu esforço.  Descortinamos a poesia como encantamento da autora, a abraçar o sentido interior e alinhavar os vários sentidos da sua interioridade – espaço da consciência poética e mística. Veja o processo de construção deste livro: primeiro, o desejo, depois a atitude de ditar seus poemas a sua sobrinha Cláudia Daiana. Mais um pouco de tempo, pôde  encaminhá-los ao prof. José Ricardo Gonçalves Machado e sua esposa Rosimeire Aparecida Machado. Esses, carinhosamente, souberam digitá-los e me enviá-los por e-mail. Finalmente, busquei o atual formato, poeticamente, aceitável. Reenviei a obra de Simone ao prof. José Ricardo e à Rosimeire. O texto concluso à Simone (autora) e sua aprovação final estimulou a luta por meses até a publicação. A autora vem agradecer de coração a todos que desejam o reconhecimento de seu trabalho. É a atitude solidária que configurou o livro, para você, qual jóia e presente. 

 

Professor José João Bosco Pereira


Disponibilizamos o e-mail do Centro de Referência em Educação Inclusiva Ambiental – CREIA, para contato com a Poetisa Simone Xavier:


O poema a seguir foi composto em homenagem ao Professor José Ricardo, a partir do anúncio de um curso de Braille, que levou a Poetisa a conhecê-lo:

ANÚNCIO

Aquele anúncio
Veio para escrever
A nova página
No livro da minha existência.
Tudo me fazia crer
Que insistir
Naquele sonho,
Era perda de tempo,
Mas o meu coração gritava alto
Para que eu continuasse
E não desistisse.
Até aquele momento,
Eu me sentia
Como um livro empoeirado,
Jogado em uma prateleira
No fundo de uma casa esquecida.
Sentia-me como a canção
Que não conseguia alcançar
Os corações daqueles que a ouviam.
Então, encontrei você,
E os meus olhos
Não puderam conhecer
Seus traços.
E minha alma,
Ao encontro da sua,
Pôde ver
O ser maravilhoso
Que você era.
Descobri que o mundo
Não está perdido,
Que ainda existem pessoas
Com alma de anjo,
E com a lealdade;
É reflexo do amor de Deus.


Simone Xavier.

Mecanismo da Visão


MECANISMO DA VISÃO

Falar sobre a importância da visão e dos cuidados que se deve ter, com esta estrutura complexa que é o olho humano, é dispensável.
O olho é o órgão da visão, um mecanismo sofisticado de comunicação com o mundo exterior. Ele é formado por três camadas: esclera, o branco do olho, coróide, camada vascular fina e pigmentada na qual se encontram a íris e a pupila, e retina, onde se localizam os receptores fotossensíveis.
Os raios luminosos entram pela pupila, atravessam o cristalino, uma lente gelatinosa, sofrem convergência e vão incidir sobre a retina. Nela existem neurônios que captam a luz e jogam os estímulos visuais no nervo óptico que os conduzirá até a área mais importante da visão: o lobo occipital situado no cérebro.
      A imagem que se formou na retina é invertida e será decomposta de acordo com o formato e a cor. As linhas verticais, as inclinadas, as circulares, as cores que compõem o espectro do arco-íris, cada uma é conduzida por um circuito de neurônios até o centro da visão no lobo occipital, onde a imagem será remontada.
Portanto, quem realmente enxerga não é o olho, é o cérebro, que monta as imagens e estabelece relações com a memória.
Qualquer alteração que ocorra no caminho percorrido pelos raios luminosos até o cérebro pode provocar deficiência visual. Por exemplo, a catarata que acomete especialmente nos idosos, mas não só neles, é causada pelo espessamento do cristalino. Outros problemas podem aparecer na córnea, na retina, no nervo óptico, ou no cérebro, o que acontece nos casos de derrame cerebral em que as pessoas perdem as áreas que coordenam a visão.
A título de informação, apresentamos dados que nos falam da participação dos sentidos em nossa percepção:

VISÃO
AUDIÇÃO
TATO
OLFATO
PALADAR
75%
13%
6%
3%
3%

A deficiência sensorial diz respeito a alterações nos órgãos dos sentidos.
A deficiência visual, assim como outras deficiências, nos aponta o caráter mutável e flexível dos sujeitos humanos e as inúmeras possibilidades do seu desenvolvimento.
O professor Hilton Rocha foi um grande pesquisador na área de deficiência visual em Minas Gerais. Para expor a dificuldade de um diagnóstico definitivo da deficiência visual na área médica, mostrou que, em 1966 a Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou 66 diferentes definições de cegueiras, utilizadas para fins estatísticos em diversos países. Segundo o autor, a OMS propôs, em 1972, normas para uma definição no sentido de se uniformizarem os dados relativos à acuidade visual, com finalidades estatísticas. Na oportunidade, foi introduzido o termo “visão subnormal”, ao lado de “cegueira”.
Desse modo, uma baixa acuidade visual pode significar uma cegueira total ou parcial, uma situação irreversível de diminuição da resposta visual, mesmo após tratamento clínico e/ou cirúrgico e uso de óculos convencionais.
Próximos a cegueira total, estão os indivíduos que só tem percepção e projeção luminosas. A percepção luminosa implica a distinção entre claro e escuro. A projeção implica identificar também a direção de onde provém a luz. A cegueira total pressupõe completa ausência da visão. A visão é nula, sendo que nem a percepção luminosa está presente.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999) referem-se a deficiência visual como:
A redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e após a melhor correção ótica. Manifesta-se como:
Cegueira: caracteriza-se por perda da visão, em ambos os olhos, com visão de menos de 0,1% no melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior meridiano do melhor olho, mesmo com uso de lentes de correção. Sob o enfoque educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que leva o indivíduo a necessitar do Método Braille como meio de leitura e escrita, além de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para sua educação.
Visão reduzida: caracteriza-se por acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor olho, após a correção máxima.

Deficiência Visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que, 05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004)

Há vários tipos de classificação. De acordo com a intensidade da deficiência, temos a deficiência visual leve, moderada, profunda, severa e perda total da visão. De acordo com comprometimento de campo visual, temos o comprometimento central, periférico e sem alteração. De acordo com a idade de início, a deficiência pode ser congênita ou adquirida. Se está associada a outro tipo, como surdez, por exemplo, a deficiência pode ser múltipla ou não.
Segundo a Organização Mundial de Saúde - (OMS), cerca de 1% da população mundial apresenta algum grau de deficiência visual. Mais de 90% encontram-se nos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, a população com deficiência visual é composta por cerca de 5% de crianças, enquanto os idosos são 75% desse contingente.
De maneira genérica, podemos considerar que nos países em desenvolvimento as principais causas são infecciosas, nutricionais, traumáticas e causadas por doenças como as cataratas. Nos países desenvolvidos são mais importantes as causas genéticas e degenerativas. As causas podem ser divididas também em: congênitas ou adquiridas.
        Causas congênitas: amaurose congênita de Leber, má formação ocular, glaucoma congênito, catarata congênita.
Causas adquiridas: traumas oculares, catarata, degeneração senil de mácula, glaucoma, alterações retinianas relacionadas à hipertensão arterial ou diabetes.

IDENTIFICAÇÃO

Alguns sinais característicos da presença da deficiência visual na criança são desvio de um dos olhos, não seguimento visual de objetos, não reconhecimento visual de familiares, baixo  aproveitamento escolar, atraso de desenvolvimento. No adulto, pode ser o borramento súbito ou paulatino da visão. Em ambos os casos, são vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacrimejamento, flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e tropeços em móveis.
Em todos os casos, deve ser realizada avaliação oftalmológica para diagnóstico do processo e possíveis tratamentos, em caráter de urgência.
Nos casos em que a baixa visão está caracterizada, deve ser realizada avaliação por oftalmologista especializado, que fará a indicação de auxílios ópticos especiais e orientará a sua adaptação, no entanto, deve-se incentivar o uso do resíduo visual nas atividades de vida diária, sempre que possível.

DESENVOLVIMENTO DA VISÃO

Nascimento: O recém-nascido só percebe a luz, pois a mácula ainda não está totalmente desenvolvida e o cérebro ainda não sabe interpretar os estímulos visuais que recebe.
Aos três meses: Já consegue fixar, pois a área da mácula está estruturada. Consegue seguir um objeto com o olhar.
Aos nove meses: Inicia-se a visão de relevo: já consegue ter noção de distância e de formas.
Com um ano: As crianças já reconhecem objetos e parentes próximo a ela.
Aos quatro anos: Visão quase completa.
Aos cinco anos: Visão igual a do adulto, podendo melhorar até aos sete anos de idade.

Acuidade Visual

Visão Central: É aquela na qual a imagem cai no centro da retina, em uma área chamada mácula, e essa visão é cheia de detalhes. E importante na leitura para perto, para longe e nas atividades que exigem percepção de detalhes.
Visão Periférica: E aquela que se forma fora da mácula, na periferia da retina. Essa visão não é rica em detalhes; percebe-se a presença dos objetos e movimentos, mas nada nítido. E importante para se locomover, principalmente à noite (com pouca iluminação).
Acuidade Visual: E a capacidade visual de cada olho (monocular) ou dos dois olhos em conjunto (binocular).
Campo Visual: é toda a área que abrange a visão, sem movimentar os olhos.


Doenças Oculares que acarretam baixa visão

Na criança: Catarata Congênita, Toxoplasmose, Glaucoma Congênito, Neurite ótica, Conjuntivite Gonocócia, Retinopatia do Recém-nascido, Retinose Pigmentar.
Doenças hereditárias: albinismo, anomalias Córnea, Mácula, etc..

Obs.: Nistagmo(movimentos rápidos de um lado para o outro), quase sempre é um sintoma de desordem neurológica e indica que seu portador deve ter também desordens no sistema visual.

Estimulação Precoce: O desenvolvimento da visão está relacionado a estímulos visuais. Esforço visual não enfraquece a visão.
Assim, nenhum esforço visual é prejudicial ao olho, ao contrário, é um exercício para a visão que a criança tem.

Referências:

BRASIL. Deficiência Visual. [on-line] Portal da Saúde. 2005. Disponível em:
Acesso em 18/11/2005.
BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional n. 9394/96. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1996.
LÁZARO, Regina Célia Gouvea. Indicadores mais comuns que podem sugerir uma investigação oftalmológica. [on-line] Instituto Benjamin Constant. Disponível em:
Acesso em 13/11/2005.
HADDAD, Maria Aparecida. Deficiência Visual. [on-line] Drauzio Varela Entrevista. 2005. Disponível em:
Acesso em 20/11/2005.
ROCHA, Hilton. Ensaio Sobre a Problemática da Cegueira  - Prevenção, Recuperação e Reabilitação. Fundação hilton Rocha. Belo Horizonte, MG. 1987.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Orientação para aplicação de provas



A aplicação de provas a pessoas com deficiência tem sido freqüente, devido aos movimentos de inclusão dos últimos anos. O foco deste texto é orientar para os casos envolvendo deficientes visuais.

Geralmente, a prova destinada a pessoa com baixa visão é impressa em tinta, usando-se fonte ampliada, preferencialmente de contorno reto, como a Arial Black, e contraste, preto com fundo branco. A pessoa com baixa visão poderá usar os recursos ópticos (lupas, ampliadores, etc), de acordo com a necessidade.

A prova para pessoa cega pode ser aplicada das seguintes formas:

A primeira, mais aceita tanto pelos deficientes quanto pelas instituições, é a transcrição da prova para o sistema Braille, tornando-a acessível. As respostas são redigidas pelo deficiente no mesmo sistema.

Gráficos e mapas podem ser transcritos, através do sistema de pontos em relevo. Mas, devido a um conceito equivocado, de que os cegos não assimilam as informações gráficas, estas são pouco utilizadas e, nem todo deficiente visual tem experiência de leitura tátil destas representações.

A segunda forma empregada é o uso de ledor. Uma pessoa vidente faz a leitura da prova impressa em tinta. Este sistema é usado em casos de pessoas cegas ou com baixa visão.

O ledor deve possuir boa dicção e entonação, observar a pontuação do texto, evitando erro de interpretação. Deve também, ler todo o conteúdo da prova, explicando os gráficos, mapas e figuras. As alternativas, nas provas de múltipla escolha, devem ser bem destacadas. A paciência e serenidade são muito importantes durante a aplicação da prova. Alguns deficientes não gostam deste sistema, ficam inseguros quanto ao conteúdo e forma de transmissão do mesmo.

Outro ponto a ser observado durante a leitura, pelo ledor, é a fidelidade e clareza das orientações e a imparcialidade, repassando todas as informações, até aquelas que julgar desnecessárias. Pode acontecer do ledor atribuir uma atenção maior a determinados pontos influenciando, ou prejudicando a compreensão. assim, o ouvinte terá uma percepção fidedigna do conteúdo da prova.

Nas provas de tempo marcado, seleção e testes, atenção às orientações. Se for pedido para ler toda a prova, para depois resolver as questões, repasse esta informação ao candidato.

A marcação do gabarito ou transcrição das respostas será realizada pelo ledor. Portanto, o tempo desse preenchimento deve ser calculado, pois será feito dentro do prazo estipulado para a prova.

As intervenções envolvendo o ledor, poderá ser registradas através da gravação do audio, para documentar os fatos e dirimir quaisquer dúvidas posteriormente.

A terceira, pouco empregada até o momento, é o uso de computadores com softwares apropriados como, sistema operacional Dosvox e leitor de telas Virtual Vision. A prova é apresentada em formato digital, o deficiente responde através do computador, e as respostas são impressas posteriormente, em tinta.

Há a possibilidade de uso conjugado destas técnicas. Por exemplo, pode-se empregar ledor e Sistema Braille. A leitura e marcação do gabarito fica a cargo do ledor e a redação escrita é feita pelo aluno, utilizando o Código Braille. Da mesma forma, em questões descritivas os enunciados podem ser lidos pelo ledor e as respostas redigidas através do computador.

Como sempre defendemos, a individualidade tem de ser respeitada. Não há um método padrão, cada um tem sua preferência.


Texto produzido em 25/11/2006

Relatório Pedagógico




Relatório das atividades do aluno usando Tecnologia Assistiva

Professor-cursista: José Ricardo Gonçalves Machado

Formador: Edilma Machado de Lima

Tutor: Renata de Oliveira Giacomini

1. Aluno: Henrique (nome fictício)
Perfil do aluno: aluno com baixa visão acentuada, devido à coloboma em ambos os olhos (ma formação congênita de Iris, retina e nervo óptico), e microftalmia no olho direito (alteração de desenvolvimento caracterizada pela redução do tamanho do bulbo ocular), não melhora com correção visual. Nasceu em 1997, atualmente com 14 anos de idade, cursando a 6ª. Série, numa escola regular da rede municipal de ensino. Muito arredio, tímido e desorganizado com o material escolar (o material didático não é preparado adequadamente para o aluno, o caderno que utiliza está incompleto e, devido à sua limitação, muita das vezes não consegue ler o conteúdo do mesmo). Vem de um grupo familiar conturbado, a separação dos pais lhe acarretou traumas, gerou fixação em “trabalhar para não faltar alimento em casa”. Neste contexto, é inteligente, sente prazer em aprender, possue boa apreensão, apesar da dificuldade de se expressar através da escrita (expressa-se oralmente) e em pedir ajuda.

2. Descrição da atividade planejada pelo professor

A proposta de implementar o uso da Informática no processo ensino/aprendizagem deste aluno.
O objetivo é apresentar à escola esta tecnologia como ferramenta na produção de material didático acessível ao aluno e, ao aluno, ferramenta de construção do conhecimento, forma de expressão, estímulo à autonomia, autoconfiança, independência e vislumbrar novas possibilidades.
A dinâmica consiste em apresentar o computador como ferramenta, uso e possibilidades práticas, na produção de material acessível (textos com fontes ampliadas). Proporcionar ao aluno a oportunidade de executar seus trabalhos escolares usando o computador. O trabalho inicial foi de Educação Física, onde vários questionamentos sobre o “time preferido” do aluno serão levantados e apresentados na forma escrita.

3. Tecnologia Assistiva escolhida

 

A Tecnologia  Assistiva escolhida foi a Lente de Aumento, dos Recursos de Acessibilidade do Windows e leitor de telas Virtual Vision 5.0.

4. Reflexão sobre a experiência:

a. Dúvidas, facilidades e dificuldades no manuseio da tecnologia por parte do aluno

A primeira dúvida foi se todos os computadores possuíam aquele recurso, e como configurá-lo.
A facilidade de poder usar o resíduo visual motivou o aluno, interagiu com entusiasmo, especialmente  no Word e internet (Mozila Firefox).
A dificuldade foi o fechamento da janela da “Lente de Aumento” com freqüência, sendo necessário acioná-lo novamente.

b. Análise da produção do aluno:

Inicialmente, com a proposta de realizar o trabalho escolar, apresentamos o recurso de acessibilidade “Lente de Aumento” do Windows, como acionar e seu funcionamento. Deixamos que o aluno explorasse o recurso, antes de dedicar-se ao trabalho.
O aluno explorou conteúdos da internet e usou o Word sem a necessidade do leitor de telas, como fazia anteriormente.
Com pequenas intervenções, elaborou texto no Word, copiou e colou conteúdo da internet, demonstrou interesse em salvar a imagem do escudo do time, realizando esta ação com algumas dicas.
Na elaboração do texto identificou-se a grafia de algumas palavras faltando letras e/ou supressão de outras palavras na produção.
Executado com total autonomia pelo aluno, somente com intervenções verbais, a produção do trabalho foi de boa qualidade, com demonstração de interesse e satisfação em relação ao aprendizado. Embora as informações da escola sejam de que o aluno é apático, não responde às estratégias da professora, ele foi receptivo às interações, pediu ajuda quando precisou, organizou o material produzido, etc.

c. Conclusões:

O uso da Tecnologia Assistiva – TA, resgatou o “aluno” Henrique , e mostrou à sua “pessoa” uma infinidade de possibilidades, proporcionando-o autonomia, auto-confiança e desejo.
Identificou-se dificuldade em relação à grafia das palavras e construção das frases, atribuímos ao fato da participação do aluno mais como ouvinte nas atividades em sala de aula. Associamos o uso do leitor de telas “Virtual Vision 5.0”, juntamente com a identificação da ampliação de fonte, Arial, negrito, tamanho 24, a qual o aluno consegue ler, oferecendo condições para produção e identificação de possíveis erros, visualizando e ouvindo o texto que produzia, servindo também como suporte quando a “Lente de Aumento” era desativada.
A presença da TA alterou o suposto desinteresse do aluno pelos estudos, demonstrou prazer durante as atividades, tornou-se mais aberto à comunicação e pediu ajuda quando necessitou.
Concluímos que muitos dos atrasos ou dificuldades no processo ensino/aprendizagem do aluno tem origem na falta de acessibilidade dos materiais didáticos, carência de recursos para atendimento às suas necessidades.
A Informática demonstrou ser preciosa para o aluno, para a professora e para a escola.

CREIA


Um grupo técnico das áreas de humanas elaborou, em equipe interdisciplinar, o projeto Espelhos D`água, que estava sustentado na plataforma da Campanha do UNICEF – “ Criança no Lixo nunca mais”, para acabar com o lixão de Divinópolis.
O mesmo foi apresentado à sociedade divinopolitana pelas ONGs ambientalistas existentes até então, na Câmara Municipal de Divinópolis, no ano de 1999. Em seguida, a proposta foi levada ao conhecimento das associações de moradores de  bairro, em visitas realizadas pela equipe idealizadora do projeto.  
O próximo desafio da equipe de técnicos foi enfrentar o orçamento participativo municipal. Para surpresa de todos, o projeto teve maioria dos votos e com destaque  na região sudeste onde se localiza o lixão.
Com o passar dos anos foi necessário institucionalizar o grupo para viabilizar recursos e parcerias com o setor público e a iniciativa privada, para viabilizar as  ações, e poder agir efetivamente na demanda de gerenciamento de resíduos. Para se cumprir o programa de atuação que está contemplando as diretrizes do Fórum Nacional e Estadual Lixo e Cidadania, o grupo  idealizador inicialmente da proposta de acabar com o lixão criou  a entidade, que tornou pessoa jurídica em 23 de agosto de 2004 .                                            
          Para atuarmos abrigamos quatro grupos temáticos:
I – Grupo Temático de:  Gerenciamento de Resíduos sólidos e efluentes que atuam com: Denuncias, acompanhamento e fiscalização de demandas ambientais urbanas e rurais.
II - Grupo Temático: Secretaria executiva do Fórum Municipal Lixo e Cidadania de Divinópolis. Atividades desenvolvidas: Articulações interinstitucionais , apoio logístico, infra-estrutura e divulgação.
III- Grupo Temático: ASCADI – Associação de Catadores de Papel Papelão e Materiais Recicláveis de Divinópolis. Coordena e promove o fortalecimento, o desenvolvimento, o acompanhamento e a assessoria dos catadores visando a sustentabilidade da entidade.
V – Grupo Temático: Educação Ambiental: Formal, Não formal, Informal, que atua com projetos intervenções urbanas, coleta seletiva, e intervenções urbanas com artes efêmeras em datas ambientais.
           Para atuarmos abrigamos grupos temáticos de estudos em áreas voltadas para a educação ambiental urbana e rural, são eles:
          A ONG tem como associados cidadãos e cidadãs, voluntários, com formação técnica ou não, e especializações diversas. Os recursos para manutenção e execução de projetos são oriundos de contribuições dos associados, doações da sociedade civil, convênios e parcerias com outras instituições, dentre elas o Ministério Público, através da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, e fundos municipais.
           A Ong Lixo e Cidadania de Divinópolis sustenta-se na postura de que a informação é algo essencial para a educação, pois quando ela é transmitida com propriedade, bem fundamentada e com metodologias eficazes, ela se torna um instrumento pedagógico poderoso, para provocar a mudança individual que refletirá no coletivo.
“ Compreender para entender”

Serviços Existentes na Organização:
      A Ong Lixo e Cidadania trabalha com educação ambiental formal informal e não formal, dentre estas podemos citar:
- Parceria com os hospitais: Santa Lúcia, Santa Mônica para Implantação do PGRSS ( Programa de Gerenciamento Resíduos Sólidos da Saúde) dos mesmos, capacitando seu público interno para a segregação adequada  dos resíduos produzidos nestas unidades de saúde.
- Palestras em Industrias para a implantação do programa de coleta seletiva.
- Palestras em Escolas públicas e privadas de Educação ambiental.
- Intervenções urbanas de Educação Ambiental em parceria com a UNIMED no projeto: Viva Bem no Seu Bairro, orientando a população para adesão ao programa de coleta seletiva municipal.
- Acompanhamento a excursões de alunos e pessoas da comunidade para conhecerem o lixão municipal, a ASCADI Associação dos Catadores de Recicláveis de Divinópolis, recebendo este público na Sala Verde, e depois os acompanhando a uma empresa local que dê tratamento ambientalmente adequado aos seus resíduos.
- Coordenação do CREIA – Centro de Referencia em Educação Inclusiva Ambiental com a criação do primeiro  Serviço de Telemarketing de Educação Ambiental para a Coleta Seletiva Municipal
- Acompanhamento voluntário dos catadores da ASCADI para a Gestão e sustentabilidade,  incluindo as reformas físicas que entidade está recebendo em parceria com a comunidade local entre elas a GERDAU.

ATIVIDADES DO CREIA:

Trabalho cooperativo com o Centro de Reabilitação Louis Braille, de Rondonópolis/MT, realizado através da internet, com estudos e pesquisas sobre recursos tecnológicos de apoio aos deficientes visuais;
Coordenação e operacionalização do primeiro telemarketing ambiental, que foi realizado por deficientes visuais;
Suporte voluntário no atendimento de alunos deficientes visuais, na Associação de Deficientes: Sistema Braille, informática e apoio pedagógico;
Esforço conjunto com a 12ª. Superintendência Regional de Ensino, criando a primeira Sala de Recursos Estadual para Deficientes Visuais, em Divinópolis/MG, na Escola Estadual Helena Antipoff;
Capacitação de docentes no Sistema Braille, através do Centro de Referência dos Profissionais da Educação – CRPE, da Secretaria Municipal de Educação, de Divinópolis/MG;
Capacitação de docentes no Sistema Braille, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Igaratinga/MG;
Ministração de palestras com foco na educação inclusiva, inclusão e deficiência visual, em escolas da rede regular de ensino fundamental, médio e superior;
Apoio nas capacitações de docentes na deficiência visual.