terça-feira, 25 de outubro de 2011

Orientação para aplicação de provas



A aplicação de provas a pessoas com deficiência tem sido freqüente, devido aos movimentos de inclusão dos últimos anos. O foco deste texto é orientar para os casos envolvendo deficientes visuais.

Geralmente, a prova destinada a pessoa com baixa visão é impressa em tinta, usando-se fonte ampliada, preferencialmente de contorno reto, como a Arial Black, e contraste, preto com fundo branco. A pessoa com baixa visão poderá usar os recursos ópticos (lupas, ampliadores, etc), de acordo com a necessidade.

A prova para pessoa cega pode ser aplicada das seguintes formas:

A primeira, mais aceita tanto pelos deficientes quanto pelas instituições, é a transcrição da prova para o sistema Braille, tornando-a acessível. As respostas são redigidas pelo deficiente no mesmo sistema.

Gráficos e mapas podem ser transcritos, através do sistema de pontos em relevo. Mas, devido a um conceito equivocado, de que os cegos não assimilam as informações gráficas, estas são pouco utilizadas e, nem todo deficiente visual tem experiência de leitura tátil destas representações.

A segunda forma empregada é o uso de ledor. Uma pessoa vidente faz a leitura da prova impressa em tinta. Este sistema é usado em casos de pessoas cegas ou com baixa visão.

O ledor deve possuir boa dicção e entonação, observar a pontuação do texto, evitando erro de interpretação. Deve também, ler todo o conteúdo da prova, explicando os gráficos, mapas e figuras. As alternativas, nas provas de múltipla escolha, devem ser bem destacadas. A paciência e serenidade são muito importantes durante a aplicação da prova. Alguns deficientes não gostam deste sistema, ficam inseguros quanto ao conteúdo e forma de transmissão do mesmo.

Outro ponto a ser observado durante a leitura, pelo ledor, é a fidelidade e clareza das orientações e a imparcialidade, repassando todas as informações, até aquelas que julgar desnecessárias. Pode acontecer do ledor atribuir uma atenção maior a determinados pontos influenciando, ou prejudicando a compreensão. assim, o ouvinte terá uma percepção fidedigna do conteúdo da prova.

Nas provas de tempo marcado, seleção e testes, atenção às orientações. Se for pedido para ler toda a prova, para depois resolver as questões, repasse esta informação ao candidato.

A marcação do gabarito ou transcrição das respostas será realizada pelo ledor. Portanto, o tempo desse preenchimento deve ser calculado, pois será feito dentro do prazo estipulado para a prova.

As intervenções envolvendo o ledor, poderá ser registradas através da gravação do audio, para documentar os fatos e dirimir quaisquer dúvidas posteriormente.

A terceira, pouco empregada até o momento, é o uso de computadores com softwares apropriados como, sistema operacional Dosvox e leitor de telas Virtual Vision. A prova é apresentada em formato digital, o deficiente responde através do computador, e as respostas são impressas posteriormente, em tinta.

Há a possibilidade de uso conjugado destas técnicas. Por exemplo, pode-se empregar ledor e Sistema Braille. A leitura e marcação do gabarito fica a cargo do ledor e a redação escrita é feita pelo aluno, utilizando o Código Braille. Da mesma forma, em questões descritivas os enunciados podem ser lidos pelo ledor e as respostas redigidas através do computador.

Como sempre defendemos, a individualidade tem de ser respeitada. Não há um método padrão, cada um tem sua preferência.


Texto produzido em 25/11/2006

Um comentário:

  1. José Ricardo,

    Muito esclarecedor teu texto, certamente contribui muito para o entendimento sobre esse tema tão importante.

    Obrigada por compartilhar conosco.

    Abraço.

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